8 Desilusões Literárias de 2017

Eu sei que estão aí. Sim, vocês, leitores que têm um gostinho sádico e um prazer secreto em ver outras pessoas a comentar as suas desilusões literárias e as porcarias sobre as quais já não aguentam ler. Eu estou com vocês, eu sou dessas!
Quer dizer, não me levem a mal. Gosto imenso de conhecer os livros preferidos do pessoal e gosto que me convençam a ler livros que podem trazer, de facto, algo de novo para a minha existência. Mas também fico muito agradecida quando me desviam daqueles outros livros que só me trariam lágrimas de frustração e questões existenciais sobre a real necessidade de dar oportunidade a qualquer pessoa para publicar um livro. E, confesso, também é engraçado ver outras pessoas a bater em livros, como em tudo.
Felizmente para mim e infelizmente para vocês, 2017 correu relativamente bem em termos de qualidade. Mas se me acompanharam no Goodreads repararam que houve uma ou outra leitura que não chegou ao patamar das 3 estrelas. E mesmo entre os livros que foram OK o suficiente para as 3 estrelas encontram-se alguns dos quais eu esperava bem mais. Brace yourselves, estes são os 8 livros que me desiludiram em 2017:
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A Court of Thorns and Roses – Sarah J. Maas
Se seguiram assiduamente blogs e canais literários nos últimos dois anos é impossível não terem ouvido falar de Sarah J. Maas e de duas das suas grandes séries: ‘Throne of Glass‘ e ‘A Court of Thorns and Roses‘. É verdade que não leio muita fantasia mas, de vez em quando, tenho algum gozo em perder-me um bocado em mundos fantasiosos e histórias mais prolongadas. Há já algum tempo que não lia nada do género por isso aventurei-me com ‘A Court of Thorns and Rose‘ que, até à altura, ainda só tinha dois volumes.
Só não posso dizer que foi 100% desperdício de dinheiro porque a versão em hardcover é muito bonita e fica muito bem na minha estante. A premissa da história é interessante mas nem chega a ser desenvolvida decentemente. Só para o final do livro é que temos uma descrição da história das cortes e do mundo das fadas, isto tudo em uma página! Isso são assuntos que se espera que sejam revelados ao longo do livro! A moça principal até prometia no início mas tornou-se só uma típica personagem de livro YA mau, mais aborrecida do que o Portal das Finanças e burra que nem um tronco. A Fada macho também não tem muito que se lhe diga. Aquela espécie de final, com aquela espécie de vilã e aquela espécie de desafios mortíferos, nem sei o que comentar. Só me obriguei a continuar porque não gosto de deixar livros por ler. 
Uma perda de tempo e uma ideia muito mal aproveitada. Já mais que uma pessoa me tentou convencer a continuar para a sequela por ser bem superior ao primeiro. A vontade para tal é mínima, confesso, mas ‘nunca digas nunca’.
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Outlander – Diana Gabaldon
Ai ai ai… nunca mais na minha vida me atiro de cabeça com tanta expectativa para um romance histórico como me atirei para este… Se é que posso sequer chamar de romance histórico a isto. Os livros da colecção ‘Uma Aventura’ são mais romance histórico que isto, se quisermos ser justos. Personagens meio OK, meio idiotas; um plot com viagens no tempo que não interessa because nobody gives a shit; uma história que se arrasta e arrasta ao longo de 900 páginas mas que, na verdade, não leva a lado nenhum, the list goes on.
Não preciso de entrar em mais detalhes aqui quando o livro tem direito à sua própria review. Cliquem aqui para ler uma crítica mais detalhada e, atenção, com spoilers. Um livro que quase me deu cabo das férias de Verão e uma série que, muito certamente, não hei-de continuar.

 Luz Efémera – Barbara e Stephanie Keating
É triste quando uma série que acompanhámos quando éramos adolescentes tem um desfecho tão pobre com teve a trilogia Langani. Este livro é um carrossel de clichés ridículos e de cenas sem profundidade nenhuma que quase me deixaram cega de tanto ter rolado os olhos ao longo da leitura. Foi uma t-o-r-t-u-r-a ler este livro gigante que de conteúdo proveitoso tem muito pouco. 
O pior de tudo é que me faz duvidar da qualidade dos primeiros dois volumes da série que li há uns largos anos. Acho que vou deixá-los quietinhos na estante e preservar as memórias que lhes são favoráveis.
 
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Amor e Chocolate – Dorothy Koomson
Começo a perder a esperança na Dorothy Koomson, com muita pena minha. Acho que tive sorte com os primeiros livros que li dela, uma vez que “A Filha da Minha Melhor Amiga” e “Os Aromas do Amor” foram livros dos quais até gostei. De resto, tirando as excepções de “Um Erro Inocente” e “A Praia das Pétalas de Rosa”, é tudo entre o medíocre e o meh. Este livro cai para o degrau do medíocre
Já o li há uns largos meses e por isso não me lembro de muitos pormenores, mas uma coisa continua clara como o dia: não há nenhum plot. Temos de acompanhar personagens estereotipados que parecem acabados de sair da série “Morangos com Açucar” que não fazem nada de interessante a não ser seguir clichés que deixaram de ser interessantes em 1970. E o que é que chocolate tem a ver com a história? Bem, a personagem principal gosta de chocolate. E é isso, juro. Para os que querem ler tudo da Dorothy Koomson, estejam à vontade, mas é um livro que se pode muito bem passar à frente, sem grandes perdas.
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A Amiga – Dorothy Koomson
Olha quem é ela, de novo. Dizia eu que começava a perder a esperança… e o mais recente romance da Dorothy não veio fazer grande coisa para ajudar. As boas notícias é que “A Amiga”, pelo menos, tem um plot! E a história foi um dos principais motivos para eu ter dado três estrelas. Esta espécie de policial não traz nada de inovador para a literatura nem nada que se pareça, é até bastante standard, mas pelo menos manteve-me acordada e interessada em saber como é que a coisa se ia desenrolar. Já é bem melhor do que qualquer coisa que “Amor e Chocolate” me tenha feito sentir!
Infelizmente, para além disso, não há muito mais que torne este livro uma boa aposta. A quantidade de personagens diferentes e as merdas que lhes acontecem são de loucos. Tudo acontece nas vidas destas mulheres! O que poderia parecer interessante no início torna-se muito desgastante e inverosímil à medida que avançamos no livro. Mas para quê alongar-me aqui quando dediquei um post especial para a review deste livro? Cliquem AQUI e fiquem a par dos detalhes que me levaram a classificar este livro como uma das desilusões do ano. 
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O Artista da Morte – Daniel Silva
“O Artista da Morte” está longe de ser um mau livro. Parece que eu é que tive a infelicidade de o ler numa altura menos boa e de levar com uma desilusão em cima. A série de Gabriel Allon já está bastante extensa e eu estava bem entusiasmada para começar uma nova série de acção e espionagem. No entanto, acabou por não ser uma grande leitura. 
Foi difícil entrar na história, com muitos personagens e uma narrativa meio aborrecida. O Gabriel pareceu-me muito semelhante ao Robert Langdon do Dan Brown e ao Tomás Noronha do José Rodrigues dos Santos e por isso não se destacou tanto como seria de esperar, penso eu. Não tenho culpa de só agora ter pegado nesta série… É uma série que pretendo continuar a ler, nem que seja para tirar as dúvidas. Mas não posso mentir e dizer que foi uma leitura agradável e entusiasmante… porque não foi.
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À Procura de Alaska / Cidades de Papel – John Green
E para fechar com chave de ouro, não podia faltar o nosso youtuber preferido. John Green, o carismático e fofinho escritor que ainda não foi desta que me convenceu. “A Culpa é das Estrelas” foi OK, “À Procura de Alaska” foi OK, “Cidades de Papel” foi OK… 
Apesar de escrever bem, há sempre qualquer coisa de ridículo nos personagens e nas histórias que John Green cria. Apesar de ter gostado um bocadinho mais do “À Procura de Alaska”, ambos merecem um lugar no topo de desilusões deste ano pelas histórias fracas que me apresentaram.  Se tiverem paciência, cliquem AQUI e leiam uma rant completa sobre o “À Procura de Alaska” e o porquê de não me ter encantado. “Turtles All the Way Down” já se encontra nas minhas posses e pode acontecer que seja esse o redentor final do John Green como escritor. Lancem as vossas preces.
E chegámos ao fim! Como disse, não é uma lista extensa, felizmente! Até poderia desejar que 2018 fosse melhor mas, sinceramente, como é que depois iria escrever estes posts? Uma pessoa precisa de material para trabalhar!  
Não se preocupem que pretendo terminar o ano com uma nota positiva; a lista dos meus livros preferidos do ano já está a ser feita e será lançada soon enough. Lá para o ano que vem, provavelmente.  Resta-me desejar a todos um FELIZ ANO 2018, com excelentes leituras e muitas alegrias. Se for um bocadinho melhor do que 2017, já não nos podemos queixar.

2 Comments

  1. Sério? Quero começar a ler Outlander e agora fiquei desanimada 😀

  2. A minha opinião vale o que vale :p Muitas pessoas da comunidade gostam da série, eu sou uma minoria aqui!

    Mas para mim não deu mesmo. Muito abaixo das expectativas e uma história fraca, imo. Só lendo é que tiras as dúvidas. Gostava de saber a tua opinião 😀

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