Nem seríamos das melhores comunidades da Internet se não pegássemos na desgraça que estamos a viver e a tentássemos usar para fazer algo criativo e até engraçado. Mas somos, e é por isso que tenho visto tantas novas TAGs literárias a aparecer relacionadas com o período de quarentena.
Na impossibilidade de conseguir responder a todas (principalmente por preguiça, vamos ser sinceros), decidi escolher a que vi primeiro no booktube nacional, criada pela Vanessa e pela Inês (link original AQUI). Estas são as minhas respostas à “Book Tag da Quarentena“:
Usei “As Flores de Lótus” para ilustrar a categoria mas honestamente, nesta altura, acho que qualquer livro do José Rodrigues dos Santos se enquadraria bem. Penso que não incorro em heresia se disser que acho que há algum tempo que o autor desistiu de tentar escrever bons romances para se focar quase inteiramente em exposições histórico-contemporâneas. E está tudo bem se for esse o rumo que ele quer dar aos seus livros, a sério. Nem todos nascem para escrever narrativas interessantes, e não há problema nenhum nisso. Mas, por favor, o senhor que admita que está interessado é em publicar os resultados das suas investigações e que deixe de lado as tentativas de escrita de novela e personagens engajadoras porque o produto não tem sido muito bom.
Sinto que esta categoria tinha sido pensada para livros recheados (ou pelo menos polvilhados) de cenas macabras ou minimamente perturbadoras que nos fizessem, de facto, suster o ar durante um bocado. O mais próximo que aqui tenho disso será “Pecados Santos” o primeiro livro que li do Nuno Nepomuceno e que me deixou totalmente rendida ao jovem autor. Não só é um excelente thriller de acção como também ensina bastante sobre a cultura judaica, que está em destaque devido a uma série de assassinatos cometidos nessa mesma comunidade. Lembro-me de um ou dois cenários descritos que me chocaram parcialmente, por isso acho que é um livro com mérito para integrar esta categoria.
“O Nome da Rosa”, o melhor livro que li o ano passado e também um dos meus novos clássicos preferidos, é uma mistura de dois géneros muito interessantes para mim: ficção histórica e policial religioso. No século XIV, em Itália, começam a ser assassinados alguns monges de um mosteiro e Guilherme de Baskerville (o Sherlock Holmes da altura) entra em cena para deslindar o mistério. Tenho dificuldade em descrever um livro que achei tão maravilhoso, não pelo policial em si (mas também), mas por toda a componente histórica que, apesar de pesada, dificilmente passaria por aborrecida. Que vontade de reler!
Já li muitos livros na vida e não sei se por sorte ou pela minha leveza de espírito, nunca me atravessei com um livro que tivesse considerado horrível, ao nível de desejar que nunca tivesse sido publicado. Mas sempre que me surge a questão “qual o pior livro que já leste?”, a resposta na ponta da língua nunca falha: “Outlander”. Eu sei, é uma série adorada por muitos, mas não por mim. Fico nervosa só de pensar na história e no quanto penei para acabar aquele primeiro livro. Há três anos escrevi a minha review aqui no blog, leiam se quiserem, aqui não me vou alongar mais sobre o assunto. Credo.
– The Seven Husbands of Evelyn Hugo (Taylor Jenkins Reed)
– Becoming (Michele Obama)
– Apartamento Partilha-se (Beth O’Leary)
Vêem algum padrão nos títulos que indiquei? Isso mesmo, tratam-se todos de livros que têm sido universalmente aclamados e agraciados com críticas positivas. Mas a verdade é esta: não interessa se falam bem ou mal, tudo o que é demais cansa. O primeiro era o único pelo qual eu ainda tinha alguma curiosidade mas mesmo essa tem decrescido ao longo dos últimos meses. Não sei, se calhar sou um bicho esquisito, tudo me chateia.
E é isto. Estou praticamente a perfazer um mês e meio em isolamento social e começo a habituar-me a isto. Tenho a felicidade de poder continuar a trabalhar em regime de tele-trabalho pelo que os meus rendimentos se mantêm inalterados e, melhor do que isso, posso trabalhar ou de pijama ou de leggings! E sim, é nestes pormenores pequenos e inócuos que eu me vou apoiando para passar melhor os dias. As saudades começam a apertar deste lado, mas sei que o mais importante é sairmos todos disto com saúde e com o mínimo de danos causados. Mantenham-se fortes desse lado 💪🏻
Consegui completar a colecção da civilização editora graças às festas de loures, alguém tinha-os à venda a 2 euros cada e eu andei feita maluca a comprar para mim e para uma amiga. Pode ser que este ano a façam e o senhor volte 😉
Opá por esse preço, compra todos e depois revende, eu comprava-te! :p É que até no OLX e nesses sites tenho dificuldade em encontrar os livros que me faltam :c