Book Tag da Quarentena

Nem seríamos das melhores comunidades da Internet se não pegássemos na desgraça que estamos a viver e a tentássemos usar para fazer algo criativo e até engraçado. Mas somos, e é por isso que tenho visto tantas novas TAGs literárias a aparecer relacionadas com o período de quarentena.

Na impossibilidade de conseguir responder a todas (principalmente por preguiça, vamos ser sinceros), decidi escolher a que vi primeiro no booktube nacional, criada pela Vanessa e pela Inês (link original AQUI). Estas são as minhas respostas à “Book Tag da Quarentena“:

#Ministra – Um livro que não anda para a frente
Desde que comecei a ler Stephen King com mais assiduidade, há uns bons anos atrás, que sempre tive curiosidade em ler a sua série mais conhecida, “The Dark Tower“. Finalmente, no ano passado, peguei em “The Gunslinger” para dar início à jornada e… foi uma desilusão. Não sei bem que história é que eu esperava, mas pelo menos esperava uma história coesa e com sentido, e acho que nem a isso tive direito. Dizem que a série fica melhor entretanto, mas acho que a primeira experiência foi demasiado negativa para tão cedo continuar para o próximo volume…

#Presidente – Livro que não se decide

Usei “As Flores de Lótus” para ilustrar a categoria mas honestamente, nesta altura, acho que qualquer livro do José Rodrigues dos Santos se enquadraria bem. Penso que não incorro em heresia se disser que acho que há algum tempo que o autor desistiu de tentar escrever bons romances para se focar quase inteiramente em exposições histórico-contemporâneas. E está tudo bem se for esse o rumo que ele quer dar aos seus livros, a sério. Nem todos nascem para escrever narrativas interessantes, e não há problema nenhum nisso. Mas, por favor, o senhor que admita que está interessado é em publicar os resultados das suas investigações e que deixe de lado as tentativas de escrita de novela e personagens engajadoras porque o produto não tem sido muito bom.

#Desinfectante – Uma Edição Esgotada
Há uns anos atrás decidi que tinha de escolher algumas colecções de clássicos de algumas editoras portuguesas porque isto de andar a comprar edições isoladas não dá com nada, principalmente para mim que ainda almejo ter uma estante minimamente apresentável. Decidi-me na altura pelos volumes da “Geração Público” (que comprava com o jornal) e pela colecção da Civilização Editora. E o que é que aconteceu a essa editora entretanto? “Faliu“. E o que aconteceu aos livros? Obviamente que deixaram de ser editados e eu agora vejo-me à rasca para arranjar os números que faltam. É uma vida a sofrer.  
#Máscara – Livro de cortar a respiração

Sinto que esta categoria tinha sido pensada para livros recheados (ou pelo menos polvilhados) de cenas macabras ou minimamente perturbadoras que nos fizessem, de facto, suster o ar durante um bocado. O mais próximo que aqui tenho disso será “Pecados Santos” o primeiro livro que li do Nuno Nepomuceno e que me deixou totalmente rendida ao jovem autor. Não só é um excelente thriller de acção como também ensina bastante sobre a cultura judaica, que está em destaque devido a uma série de assassinatos cometidos nessa mesma comunidade. Lembro-me de um ou dois cenários descritos que me chocaram parcialmente, por isso acho que é um livro com mérito para integrar esta categoria.

#Netflix – Uma Boa Adaptação
Eu não sou a melhor pessoa para falar desta coisa de adaptações porque a verdade é que não tenho grande paciência para ver filmes ou séries. O último filme que vi até ao fim foi “Call me by your name“, e não sei se é boa adaptação porque não li o livro ainda. Há umas semanas atrás tentei ver “The Witcher” na Netflix (criei conta de propósito!) e não durei mais de dez minutos. Portanto, vou escolher… “O Senhor dos Anéis“? Gosto muito dos livros, mas acho que os filmes conseguem ser ainda melhores, perdoem-me os fanáticos. É aquele Orlando Bloom em modo elfo, o sacana fica mesmo bem…
#Fronteiras Abertas – Livro entre dois géneros

“O Nome da Rosa”, o melhor livro que li o ano passado e também um dos meus novos clássicos preferidos, é uma mistura de dois géneros muito interessantes para mim: ficção histórica e policial religioso. No século XIV, em Itália, começam a ser assassinados alguns monges de um mosteiro e Guilherme de Baskerville (o Sherlock Holmes da altura) entra em cena para deslindar o mistério. Tenho dificuldade em descrever um livro que achei tão maravilhoso, não pelo policial em si (mas também), mas por toda a componente histórica que, apesar de pesada, dificilmente passaria por aborrecida. Que vontade de reler!

#Atum – Livro do qual coleccionas várias edições
E o prémio para a resposta mais previsível desta TAG vai para… Harry Potter! Não há muito mais a dizer, é uma das séries da minha infância e da minha vida, e é também a única série da qual colecciono mais que uma edição. Tenho duas edições em português (a original da Presença e a reedição do castelo) e uma em inglês, da Bloomsbury. E provavelmente não ficarei por aqui; gostava muito de ter uma edição em hardcover (ainda não sei qual) e pelo menos um volume das novas versões ilustradas pelo Jim Kay. Estou quase a fazer anos, por isso, amigos… até vos deixo aqui o link directo para o livro. É só comprar e oferecer.

#Papel Higiénico – Livro com o qual limpavas o rabo

Já li muitos livros na vida e não sei se por sorte ou pela minha leveza de espírito, nunca me atravessei com um livro que tivesse considerado horrível, ao nível de desejar que nunca tivesse sido publicado. Mas sempre que me surge a questão “qual o pior livro que já leste?”, a resposta na ponta da língua nunca falha: “Outlander”. Eu sei, é uma série adorada por muitos, mas não por mim. Fico nervosa só de pensar na história e no quanto penei para acabar aquele primeiro livro. Há três anos escrevi a minha review aqui no blog, leiam se quiserem, aqui não me vou alongar mais sobre o assunto. Credo.

#Quarentena – Espaço onde te refugias a ler 
Não se deixem enganar pela fotografia fantástica e idílica que aqui coloquei; é pura ficção e nem se aproxima da minha verdadeira resposta. Acontece que, como já referi algumas vezes, o espaço onde eu mais gosto de ler é… a casa de banho. É o que é, não vale a pena mentir. Como achei que a imagem de uma sanita não seria tão esteticamente apelativa, optei por um cenário mais simpático que gostava muito de ter numa casa futura, e que espero que venha a substituir o actual preferido.

#CoronaVirus – Livro tão falado que já chateia
 Nesta categoria gostava de referir três livros:
The Seven Husbands of Evelyn Hugo (Taylor Jenkins Reed)
Becoming (Michele Obama)
Apartamento Partilha-se (Beth O’Leary)
Vêem algum padrão nos títulos que indiquei? Isso mesmo, tratam-se todos de livros que têm sido universalmente aclamados e agraciados com críticas positivas. Mas a verdade é esta: não interessa se falam bem ou mal, tudo o que é demais cansa. O primeiro era o único pelo qual eu ainda tinha alguma curiosidade mas mesmo essa tem decrescido ao longo dos últimos meses. Não sei, se calhar sou um bicho esquisito, tudo me chateia.

E é isto. Estou praticamente a perfazer um mês e meio em isolamento social e começo a habituar-me a isto. Tenho a felicidade de poder continuar a trabalhar em regime de tele-trabalho pelo que os meus rendimentos se mantêm inalterados e, melhor do que isso, posso trabalhar ou de pijama ou de leggings! E sim, é nestes pormenores pequenos e inócuos que eu me vou apoiando para passar melhor os dias. As saudades começam a apertar deste lado, mas sei que o mais importante é sairmos todos disto com saúde e com o mínimo de danos causados. Mantenham-se fortes desse lado 💪🏻

2 Comments

  1. Consegui completar a colecção da civilização editora graças às festas de loures, alguém tinha-os à venda a 2 euros cada e eu andei feita maluca a comprar para mim e para uma amiga. Pode ser que este ano a façam e o senhor volte 😉

  2. Opá por esse preço, compra todos e depois revende, eu comprava-te! :p É que até no OLX e nesses sites tenho dificuldade em encontrar os livros que me faltam :c

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *