No decorrer do último ano e meio mudei de casa duas vezes e tenho de vos dizer: o processo teria sido mil vezes mais rápido e menos custoso se eu não tivesse insistido em carregar as minhas dezenas de livros de um lado para o outro, ao invés de fazer uma pré-selecção mais… selectiva.
Por um lado, os meus bíceps agradecem o esforço extra (carregar cerca de 20 caixas de livros para um terceiro andar ainda é exercício); por outro, o meu subconsciente racional começou a lançar alarmes sobre a quantidade de livros que tenho actualmente e, mais importante ainda, para a quantidade de livros que considero de facto relevantes para o meu percurso literário.
Desde há muitos anos que venho a acumular livros em casa – infantis, infanto-juvenis, juvenis, adultos – sem praticamente nunca me ter desfeito de nenhum. Em minha defesa, mencionei há uns anos atrás aos meus pais a possibilidade de vender alguns livros de que não tinha gostado ou que nem queria ler de todo; o olhar assassino que me lançaram desvaneceu da minha mente qualquer intuito de o fazer.
Anyways, como mulher adulta e responsável que sou hoje, decidi emancipar-me e aventurar-me nesta demanda de libertação da tralha e dos livros que pouca ou nenhuma falta me fazem. Vou libertar a Marie Kondo que há em mim.
Para me ajudar um bocadinho, baseei-me no famoso “Book Unhaul Challenge” criado pela booktuber “BooksandLala” que penso que dispensa apresentações. Vamos lá então:
“Mistério na Califórnia” é um livro tão marcante que eu não me lembro de nada da história. Recordo-me que não gostei e é por isso mesmo que me quero livrar dele.
2) Livro que mudaste de opinião sobre
Quanto ao Sherlock Holmes, digamos que depois de adquirir uma beleza destas fiquei com pouca utilidade para a minha antiga edição de bolso.
6) Livro que realmente nunca vais começar
Sarilhos com Duques (Grace Burrows)
A Biblioteca das Sombras (Mikkel Birkeggaard)
Aqui há uns meses atrás apercebi-me que a contagem de leituras do meu género preferido – romance histórico – andava pela hora da morte e apercebi-me que estava na altura de reverter a situação. Decidi que em vez de pegar logo em títulos mais “pesados” com muitas datas e muitas famílias, poderia fazer uma passagem intermédia pelos chamados “romances de época“, os romances fofinhos (e muitas vezes marotos) do tempo dos duques e das duquesas. Foi assim que “Sarilhos Com Duques” veio parar à minha estante. Acontece que, decorrido um ano, ele aqui continua e a vontade de pegar nele cresce inversamente proporcional ao tempo que aqui está. Time to say goodbye.
“A Biblioteca das Sombras” é um daqueles livros que por vezes vem de oferta na Wook quando compramos um livro que realmente nos interessa. Basicamente uma maneira que a Wook arranjou para despachar dos livros que já ninguém quer ler e muito menos comprar; e também para me dar trabalho a desfazer-me deles posteriormente.
7) Livro comprado por causa do hype
Perdoa-me (Lesley Pearse)
Sim, eu era uma dessas pessoas que alimentava preconceito em relação aos livros da Lesley Pearse devido às antagónicas abominações dos saquinhos de tule. Que estratégia de marketing insana é que quis fazer acreditar que é possível encontrar uma história de qualidade numa saca daquelas? É quase tão eficaz como tentar ir engatar alguém na noite calçando um par de Crocs… Mas bom, eventualmente acabei por comprar dois romances contemporâneos da autora, incluindo o “Perdoa-me“, e posso dizer que acabou com o meu preconceito; agora tenho a certeza de que não são livros para mim. Ainda estou a ponderar dar uma hipótese aos romances históricos, mas decididamente não será para já.
8) Livro comprado pela capa
A Court of Thorns and Roses (Sarah J. Maas)
Apesar de gostar muito de “Harry Potter“, “Senhor dos Anéis” e “Guerra dos Tronos“, não me considero uma grande fã do género fantástico. Tenho dificuldade em aceitar mundos alternativos e não sou muito receptiva a sistemas de magia muito díspares daquilo que é a minha realidade. No entanto, há uns anos atrás, falava-se tanto (e tão bem) dos livros da Sarah J. Maas que me bastou olhar para esta capa de hardcover maravilhosa para me decidir a arriscar. E quem me dera ter estado quieta porque foram os vinte euros mais mal gastos da minha vida. Quer dizer, o dinheiro que paguei para visitar o Oceanário é capaz de ter sido um desperdício mais revoltante… mas vocês percebem a ideia. Achei a história enfadonha, mal desenvolvida e, no geral, fraca. E eu não guardo livros na estante só por serem bonitos. Xau.
9) Livro de que não sabes nada sobre
A Máquina não gosta de gatos (Mário Santos)
Um livro que ganhei num giveaway e que achei que poderia ser interessante porque o protagonista é um informático (like me!) e porque eu também não gosto de gatos. Era isso que sabia na altura e é isso que sei agora. Mais de dois anos passaram entretanto e acho que é seguro afirmar que não vou pegar no livro. Tenho pena porque é um autor português que desconheço (ainda) mas não vale a pena continuar a enganar-me.
10) Livro que não compraste
Pão, mel e amor (Jenny Colgan)
Mais um livro ganho num giveaway em que não faço ideia porque participei porque tudo isto transpira coisas que não gosto, desde a capa ao título e à capa outra vez. Não deveria ser surpresa para ninguém que não gostei particularmente da história, obviamente. Mas no meio disto tudo houve uma coisa positiva a retirar: nunca mais voltei a participar em passatempos de livros nos quais tinha pouco ou nenhum interesse. Duh.
Awww :3 não tenho sido muito activa ultimamente, não prometo muitos updates, mas muito obrigada 😀