Clássicos para ler em 2019

Quem vagueia pelos meandros da blogosfera literária há tempo suficiente lembrar-se-á com certeza de uma menina chamada Catarina, dona do blog “Sede de Infinito” e do canal de Youtube homónimo. Infelizmente, poderão ter também reparado que há largos meses que o site deixou de estar disponível nas Internetes e que o único “Sede de Infinito” que os motores de busca nos sugerem hoje em dia parece ser um blog de brasileiro sobre as Sagradas Escrituras e as epifanias do Senhor. Por enquanto, graças ao WaybackMachine, ainda podemos ter uns vislumbres do que outrora foi um espaço de renome nesta nossa pequena comunidade mas, até ver, não me parece haver planos de retorno da nossa comadre e resta-nos prosseguir as nossas vidas apenas com a esperança de que um dia a mesma voltará.

Mas por que raio estou eu a perder tanto tempo a discorrer sobre o blog da Catarina? Porque no início do ano passado foi lançada uma iniciativa dela que me entusiasmou bastante – um bingo dos clássicos! E gostei tanto que vou repetir a experiência este ano e achei por bem, mesmo não estando ela presente, deixar os devidos créditos à responsável pela ideia original.

Aqui elenco os clássicos que li em 2018 para esse mesmo projecto. Em termos de leituras, correu muito bem. Já o mesmo não se pode dizer do bingo em si, pois mesmo considerando as variações heréticas que permitem a utilização das diagonais, foi um fracasso. Mas ei-los então:

• Clássico Gótico: O Monte dos Vendavais (Emily Bronte)
• Clássico com Menos de 100 Páginas: A Pérola (John Steiback)
• Clássico Americano: O Som e a Fúria (William Faulkner)
• Clássico Russo: Ana Karenina (Leo Tolstoi)
• Clássico de Aventura: A Volta ao Mundo em 80 Dias (Júlio Verne)
• Clássico com mais de 500 Páginas: Jane Eyre (Charlote Bronte)
• Clássico Vitoriano: As Aventuras de Sherlock Holmes (Arthur Conan Doyle)
• Clássico de Teatro: Romeu e Julieta (William Shakespeare)
• Clássico Moderno: A Metaformose (Franz Kafka)
• Clássico Europeu: Sonho de Uma Noite de Verão (William Shakespeare)

Uma dezena de livros bem deleitosa, com destaque para os dois que mais me surpreenderam pela positiva – Jane Eyre e O Monte dos Vendavais – e os dois que mais me desiludiram – Ana Karenina e O Som e a Fúria. Sinto que deveria dedicar alguns posts especiais a pelo menos parte desses quatro livros, nomeadamente aos dois últimos.

Por alguma razão, sinto sempre maior necessidade de falar dos livros de que gosto menos, como que para tentar justificar-me aos olhares críticos alheios. Ainda para mais tratando-se estes de clássicos! Todos sabemos a blasfémia que é pronunciar-nos hoje em dia contra a qualidade ou a validade de algum exemplar de literatura clássica. Deus nos livre de não compreender a mensagem ou a crítica subjacente a um livro dessa categoria – quando tal acontece, ou somos uns energúmenos ou precisamos de reler com mais atenção.
Não são maravilhosos os estereótipos que se vão construindo no mundo literário?

 

Bom, deixemo-nos de disparates. Antes de terminar, deixo-vos com a lista com que me saí para o cartão do Bingo deste ano. Tenho algumas reticências em relação a, pelo menos, dois títulos: “Crime e Castigo“, que me parece demasiado grande e intricado, e “As Mil e Uma Noites” que é simplesmente uma história de que raramente oiço falar e que não me desperta assim tanta curiosidade. Quanto aos restantes, estou bem confiante de que me vou conseguir atirar a eles.

Por hoje me despeço. Por favor, deixem por aí sugestões sobre os vossos clássicos preferidos e partilhem opiniões. Nem tem necessariamente de ser sobre aqueles que figuram a minha lista – o cartão é meu e tenho a liberdade para o alterar quando bem me apetecer! Ajudem esta pobre alma que nunca foi capaz de ganhar um raio de um jogo de Bingo sem batota. Conto com vocês.