Comprar Casa – a demanda

É verdade, vai acontecer.

Penso que depois de nos tornarmos estáveis num emprego e de termos estabilizado a nossa relação (connosco próprios e/ou com um eventual companheiro), a próxima coisa a pensar é no sítio onde vamos viver durante os próximos anos – ou próximas décadas!

Sei que provavelmente haverá sítios piores por aí (cof cof Lisboa cof) mas Coimbra não é dos sítios mais convidativos no que toca a encontrar residência própria. Por duas vezes já estive a arrendar casa e em ambos os casos tive uma renda superior a 500 euros, sendo uma das casas um T1 de 50 metros quadrados e com um isolamento térmico bem precário. 

Muito do mercado de arrendamento da cidade está direccionado aos estudantes da Universidade; as casas ou estão organizadas de modo a receber várias pessoas ou são estúdios e pequenas áreas renovadas perto dos pólos universitários. Para não estudantes, como eu, há apartamentos debilitados, apartamentos renovados inseridos em edifícios construídos há mais de 40 anos e apartamentos novos com rendas superiores a 600 euros. Não é fácil para uma pessoa que começou a trabalhar há pouco tempo (mesmo pensando que a renda pode ser dividida por duas pessoas) e que tem alguns padrões mínimos no que toca a localização e condições do imóvel. 

Depois de dois anos a arrendar nestas condições, cheguei à conclusão que está na hora de dar o próximo passo. Eu e o meu namorado estamos há vários meses a morar juntos (em parte forçado devido à pandemia), já percebemos que nos damos muito bem e que queremos viver juntos para sempre, até ver. Também já decidimos que andar a pagar todos os meses 550 euros para morar numa casa que não é nossa e sobre a qual não temos qualquer controlo criativo é deitar dinheiro fora. Por que não investir numa casa nossa, se temos essa possibilidade? 

O mercado de venda em Coimbra é um bocado mais apelativo do que o de arrendamento mas de momento a procura está igual ou até superior à oferta, principalmente no que toca a imóveis novos ou relativamente recentes (e nós não estamos interessados em casas construídas muito antes de 2009, pelo menos numa primeira fase). Por isso mesmo, há que estar atento para não deixar escapar boas oportunidades. 

Vamos ver como isto corre. Um dos meus objectivos pessoais é adquirir uma sala com espaço suficiente para eu conseguir exibir mais de 15 livros de uma vez, sem ter de os ir rodando –  já seria uma grande melhoria em relação ao que tenho de momento… Ah, e já agora, uma casa que não deixe passar vento e chuva pelas frinchas das janelas. Mas se calhar isso já é ser demasiado exigente. 

Feliz 2021!