“Nem só de pão vive o homem”, já dizia Jesus Cristo a Satanás no deserto, e eu aos meus dois leitores digo “Nem só de bons livros se faz um ano”. Já falei AQUI sobre os melhores sete livros de 2019 e hoje trago os sete que me desapontaram de alguma forma. Let’s meet them:
“O Diário da Bridget Jones” – Helen Fielding (
Goodreads)
Eu considero-me uma pessoa de relativo bom-humor, riso fácil e tendência para achar piada às coisas mais banais. Do Mr. Bean ao Fernando Mendes, eu rio-me com tudo. Ou quase tudo, aparentemente. Posso não ter lido isto na melhor altura, mas a verdade é que achei “O Diário da Bridget Jones” uma valente seca e um chorrilho de bizarrias sem piada nenhuma. E quem é que a escrever um diário consegue incluir diálogos tão detalhados do que aconteceu há horas atrás?! Se calhar estou só a ser picuinhas, mas não achei graça nenhuma a este clássico do chick-lit.
“All the Beautiful Lies” – Peter Swanson
(Goodreads)
Tal como a maioria de vocês, aposto, eu também me estreei com o
Peter Swanson com o glorioso “
The Kind Worth Killing” que, embora não tendo sido perfeito, foi um dos
melhores thrillers que li nos últimos anos. E parece que desde então só me tenho
desiludido com ele. “
The Girl With a Clock For a Heart” e o “
Her Every Fear” até foram
toleráveis, mas “
All the Beautiful Lies” foi simplesmente
imperdoável de tão decepcionante que foi. Estive o tempo todo à espera de um
twist que nunca veio e a história parece que ficou contada a 40% do livro – o resto foi
palha.
Next!
“Três Irmãs, Três Rainhas” – Philipa Gregory (
Goodreads)
Já se passaram uns largos meses desde que li um livro da Philippa Gregory mas ia jurar que costumavam ser um bocadinho melhores do que este “Três Irmãs, Três Rainhas” foi. Primeiramente, sinto-me traída pelo título; nem as três senhoras são irmãs e nem as três foram propriamente rainhas – só se quisermos ir pela lógica do D. Luís II que foi rei durante 20 minutos antes de levar um tiro nas ventas. Pois digo-vos que por trás desta traição se esconde uma das histórias mais desinteressantes que já tive o infortúnio de ler no que toca a romance histórico. E eu não tenho nada contra a Margarida Tudor ou contra a própria Escócia, mas caramba, aborreceram-me de morte neste livro.
Um livro tão vazio que já nem me lembro de praticamente nada da história. Ou mesmo nada. Um thriller a evitar.
Este é aquele típico livro que acaba por entrar nestas listas devido às altas expectativas que lhe incuto quase inconscientemente antes de começar a ler. O hermafroditismo é uma condição que me desperta muita curiosidade sobre a qual sei praticamente zero e por alguma razão achei que “Annabel” seria uma excelente escolha. Infelizmente, não foi; a história arrancou com grande potencial para se tornar uma narrativa introspectiva e especulativa sobre a identidade de género e a auto-aceitação mas a meio começou a ficar demasiado “fantasiosa” e romanceada para o que eu esperava. Ponto positivo: valeu umas valentes gargalhadas no meu grupo de almoço enquanto relatava as cenas onde o livro começa a descambar. I won’t spoil it for you, tho.
“Dark Tower – The Gunslinger” – Stephen King
(Goodreads)
E depois de ter colocado dois livros do
Stephen King na lista dos
melhores livros do ano sou agora obrigada a colocar um terceiro na liga dos últimos. Eu já sabia que “
The Dark Tower” era um projecto que
diferia bastante do
trabalho habitual do autor e fui preparada para tal (ou assim achei) mas, mesmo tendo isso em conta, não consegui desfrutar da leitura. O livro parece um conjunto de contos meio
desconexos que não se
interligam lá muito bem e que nem têm propriamente um prelúdio de
introdução. Sinto que cheguei ao fim das
300 páginas sem perceber patavina do que raio se tinha passado – mais o menos o que sinto quando recebo cartas da Administração Interna. Tenho a certeza que ao longo da
série – que irei continuar – irei obter mais respostas do que
perguntas, mas é um facto que este é um livro
difícil de ler e uma
péssima primeira escolha para quem se quer iniciar com Stephen King.
Estávamos quase no final do ano e eu
convencida de que tinham acabado as desilusões de 2019 quando decide aparecer-me este caramelo. Há já vários anos que me tenho distanciado dos livros da
Dorothy Koomson por já não me identificar tanto com as histórias, principalmente desde que começou a entrar na onda do
policial. “Um Novo Amanhã” ainda se pode inserir na
onda romântica da autora mas acontece que nem isso o salvou de ter ficado bem
abaixo das expectativas (que, atenção, não eram muitas
). Não achei a história minimamente
interessante e pareceu-me que andámos em
círculos o tempo todo para culminar num ponto que já se
adivinhava lá desde as primeiras páginas. Não me trouxe
nada de novo e dificilmente me irei lembrar dele no
futuro o que, para mim, é um grande indicador da
fraca qualidade de um livro.
Menções Desonrosas
E acho que agora sim, podemos guardar 2019 na gaveta. Foi um ano meio complicado a nível pessoal mas tenho a certeza que daqui para a frente só há espaço para melhorar. Acho que enquanto estiver viva e de boa saúde não me posso queixar muito, after all. Desejos de um excelente 2020 (vinte-vinte) para todos vós! 😽
Ainda bem que não tenho nenhum desses livros na minha lista, mas o diário da brigdet jones é aquele livro que olho e penso levo ou não… está visto que não
Infelizmente não consigo mesmo recomendá-lo, não gostei nada 🙁 Mas o filme é muito apreciado, podes sempre ver esse :p