Não, vocês não se baralharam nos dias. A Feira do Livro do Porto 2021 está definitivamente encerrada desde o dia 12 de Setembro. Eu é que só agora me dignei a aparecer por aqui por razões que até para mim são desconhecidas. Mas, se formos bem a ver, se a vossa prioridade for manterem-se a par da actualidade deviam estar antes a ler o Correio da Manhã ou a ouvir o Luís Marques Mendes (cuidado que com este último às vezes até temos direito a spoilers de coisas que não aconteceram ainda!).
Mas adiante. No início de Setembro tive uma breve passagem pelo Porto, uma cidade que acho sempre que vou gostar muito de visitar mas que me deixa sempre desiludida por uma ou outra razão (um dia poderemos falar disto, mas fiquem descansados que eu tenho a certeza que o mal é meu). Obviamente que o roteiro turístico tinha de incluir a segunda maior feira do livro do país, nos belos Jardins do Palácio de Cristal.
É difícil não ficar desapontado com a Feira do Porto depois de já se ter estado na Feira do Livro de Lisboa, como é óbvio. A capital tem tudo à grande; o maior número de bancas, a maior e melhor diversidade de promoções e oportunidades, maior adesão de autores (tanto novatos como renomados), maior programa e painel de discussões, por aí vai. Por incrível que pareça, até a oferta de comida e bebida é melhor – como é que o Porto se deixa melindrar nesta categoria é uma questão que me assombra até hoje.
De qualquer modo, acho que vale sempre a pena visitar. Por muito agradável que o Parque Eduardo VII seja, acho que nesse aspecto a Invicta sai vitoriosa: os Jardins do Palácio de Cristal são maravilhosos, tão bucólicos e relaxantes, muito convidativos a uma tarde a passear languidamente pelas bancas de livros bons. Pena os pavões que lá andam a cirandar mas isso já são assuntos para mim e para o meu medo irracional de passarada. Medo, não: respeito.
Outra boa vantagem da Feira do Livro do Porto é o número superior de alfarrabistas que temos à disposição. Honestamente, acho que é o sítio onde dispenso mais tempo a folhear e a procurar pérolas do passado (isto com muitas passagens de álcool gel pelas mãos, pois claro). Nem sempre chego a comprar algo mas este ano consegui resgatar dois livros para a colecção que estou a fazer da Geração Público, uma colectânea de livros clássicos que saiu com o jornal aqui há uns anos.
Estou a falar-vos dos volumes 9 e 11, respectivamente “O Livro da Selva” de Rudyard Kipling e “A Febre do Ouro” de Jack London. Como no alfarrabista em questão levar dois ou três livros ficava ao mesmo preço de 5 euros trouxe ainda o “Sexta-Feira ou a Vida Selvagem” de Michel Tournier. Porquê? Porque é um título que por alguma razão me é familiar e porque não havia mais nada de interessante.
Apesar de já estar extinta ainda é possível adquirir livros antigos da Civilização Editora numa das bancas da Feira. Ainda olhei para alguns títulos da Jodi Picoult mas sinceramente acho que essa fase já me passou – por enquanto. Optei antes pelo “O Livro Negro” da Hilary Mantel que eu desconhecia que já tinha sido publicado por esta editora e que é o segundo livro da trilogia “Wolf Hall” que comecei há uns meses atrás. Ficou-me por 8 euros.
E, para finalizar, a aquisição mais cara: “A Mão que Mata” do debutante Lourenço Seruya, na banca da Cultura Editora. Não foi uma compra planeada mas era um livro que já me tinha despertado alguma curiosidade e, estando eu de férias, estava a precisar de alguns thrillers para levar comigo para a piscina. E, claro, é o livro de estreia de um jovem autor português, há que apoiar essa raça ainda tão marginalizada no mundo literário. Assim foi, comprei-o e levei-o comigo para o Alentejo. Será que gostei? Bem… se calhar é melhor deixarmos esse debate para um próximo post… 😰
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