Há muito tempo que não me cruzava com um livro com uma sinopse tão chamativa. Mesmo eu querendo coleccionar todos os livros do Stephen King tenho a certeza de que não chegaria ao “Gerald’s Game” tão depressa se não tivesse lido o seu resumo, ora atentem:
Depois de Jessie ser algemada à cama - e Gerald cruzar os limites com a mulher - o dia termina com consequências mortais. Agora Jessie está totalmente presa numa casa isolada à beira do lago que se tornou sua prisão - e fica cara a cara com os seus medos e memórias mais profundos e sombrios. A sua única companhia são as várias vozes a encher-lhe a mente ... bem como as sombras do anoitecer que podem esconder uma ameaça imaginária ou muito real bem ali com ela ...
Digam lá que não atrai o leitor? Aguça a curiosidade, deixa a pula atrás da orelhas. E fica só a grande questão: o livro vale mesmo a pena? É que é importante lembrarmo-nos:
Acho que todos concordamos que Stephen King não é imune à crítica. Dos vários livros que já li dele houve alguns que me desiludiram: “The Gunslinger”, “The Dreamcatcher ou “Rose Madder”, por exemplo. E há mesmo outros livros que têm boas premissas e boas histórias mas cujo final quase que chega a estragar a experiência toda (sim, estou a olhar para vocês senhores “It” e “The Tommyknockers”). Portanto, eu estava bem preparada para levar com uma banhada.
Felizmente não aconteceu. O cerne do livro é passado dentro da cabeça da Jessie, desde as lembranças de um acontecimento traumático da sua infância aos desenvolvimentos do tempo presente, algemada na cama. E isto só funciona bem se estivermos perante uma personagem bem construída e cativante. E diga-se o que disser do Stephen King, ele é exímio a escrever os seus protagonistas e este livro não é excepção. Por isso, não temam, este livro não vos vai aborrecer de morte.
A história é relativamente curta de modo a que não posso nem quero desvendar mais. Quanto tempo é que Jessie fica amarrada à cama? Morre algemada ou é libertada entretanto? É ela que se liberta ou alguém a liberta? Haverá visitas durante a sua estadia na cama? O marido morreu mesmo? Como é que se luta contra a sede, fome e desconforto muscular numa situação destas?
As respostas a estas e outras das vossas questões poderão encontrar num “Gerald’s Game” perto de si. Mesmo não se tendo tornado um dos meus preferidos, foi uma leitura que gostei muito de fazer e uma história de que não me esquecerei assim tão brevemente. Nem que seja por ter sido um dos finais do Stephen King que me surpreendeu pela positiva (ultimamente não tem acontecido regularmente). Fica então aqui a minha recomendação para os fãs do autor.
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[…] à cama e sem esperança de conseguir desenvencilhar-se sozinha. Se quiserem saber mais, podem ler aqui a minha […]