Leituras #2 – Anexos (Rainbow Rowell)

 2500 anos depois de ser uma trend no mundo literário virtual, decidi finalmente ler um livro da Rainbow Rowell, yey! Mais cedo ou mais tarde teria que ser, e a primeira vez chegou este mês com ‘Anexos’. Mas, Mariana, por que é que não começaste com os mais populares, o ‘Fangirl’ ou o ‘Eleanor & Park’ ? Primeiro, porque gosto de ser diferente. Segundo, porque era o livro que estava em promoção, e não é à toa que me apelidam de ‘Tio Patinhas’.

Passando já para o final, porque eu sou assim, ‘Anexos’ é um bom livro. Não vai mudar o mundo da literatura, não nos faz querer erguer uma estátua à Rainbow, e dificilmente será considerado o ‘preferido da vida’ por alguém no mundo. Mas também não se pretende que seja nada disso. É apenas uma história curta e directa, com personagens likable, situações improváveis e uma tonelada de referências culturais. Fez-me rir e sorrir muitas vezes, o que é excelente, e fez-me estar acordada até altas horas a avançar o máximo de capítulos, o que não é tão excelente assim para quem tem de acordar cedo. Não podendo compará-lo com outros livros da autora, posso só julgá-lo como é, e fiquei sim com vontade de querer ler mais da Arco-Íris.

 Mas vamos falar agora do livro com mais detalhe. Se não queres SPOILERS, não preciso de te dizer que esta é a parte em que deixas de ler, certo? Vá, vai lá abaixo deixar um comentário simpático e vai embora.

‘Anexos’ é um livro que quer fazer-nos acreditar que:

    1) Mães não querem que a gente se despache a sair de casa;
    2) Emagrecer é tão fácil como inscrevermo-nos no ginásio do fim da rua e passarmos a ir diariamente durante cerca de 2 semanas, com resultados visíveis ao fim de 2.5 dias;
    3)  A nossa crush anda secretamente a elogiar a nossa aparência, nós só ainda não sabemos porque ainda não lhe fomos ler o email pessoal;
    4) Um casamento entre uma mulher que abomine a gravidez e um homem que deseje poder engravidar ele próprio pode ser salvo se a mulher ceder e decidir encher a barriga. Pena que o livro ainda não tenha a sequela onde é detalhado o posterior processo de divórcio e a evolução da criança mentalmente perturbada;
    5) Aqueles rapazes que tinham uma banda emo punk na escola vão continuar a parecer um bom partido mesmo depois de bem passada a idade em que deviam ter percebido que não iam ser o próximo Billie Joe Armostrong. E sejamos sinceros, essa idade não devia ir muito para além dos 13 anos;
    6) Por tirarmos um curso de informática, podemos ter as piores notas do mundo e não perceber nada do assunto que vamos arranjar trabalho na área de qualquer maneira. Hum… sabem que mais, esqueçam este ponto;
    7) Depois de perdermos 8 anos de vida com um pseudo-cantor como namorado, vamos ter muito mais cuidado e ponderação na escolha do próximo relacionamento. Como por exemplo, o informático de 2 metros de altura que andou secretamente a ler o nosso email privado do trabalho durante o último ano;
    8) Pessoas que jogam Dungeons & Dragons semanalmente podem ter empregos bons e até constituir uma família feliz, com sexo e tudo (brincadeirinha…);

Mas anyway, isto sou só eu e os meus pensamentos. O livro em si é engraçado, especialmente os e-mails trocados entre a Beth e a Jen. Para quem gosta de menções a cultura pop vai ficar mais deliciad@ com este livro do que o Garfield com lasagna. Não é exagero, há uma média de 2 menções por página. Infelizmente, da minha parte, acho que só apanhei cerca de 33%, o que me leva a pensar que das duas uma:

    1) Não estou assim tão velha como penso que estou e por isso é normal eu não conhecer metade dos nomes que me apareceram à frente;
    2) Vivo tão alienada do mundo que restringi a minha base de dados de celebridades a nomes como Tom Cruise, Donald Trump e Cristina Ferreira.

Mas gostei de ver as referências ao bug do milénio, e toda a caracterização em volta do fenómeno, nomeadamente o pânico colectivo exagerado que lhe ficou tão associado. Uma futura informática delicia-se com estas coisas.

A personagem principal, Lincoln, é bastante likable. É o rapaz tímido e pouco confiante que não tem grandes expectativas de futuro e vai vivendo um dia de cada vez. E ao contrário do que estamos habituados a ver em outros livros, o nerd Lincoln é de facto bastante atraente e chega mesmo a ter um melhor amigo cool e, pasmem, uma namorada bonita no secundário. Qualquer coisa neste desvio da personalidade a que estamos habituad@s a ver em totós me faz gostar mais do rapaz.

Quanto ao fim, confesso que não fiquei muito fã. Quando o livro estava a cerca de 80%, estive mesmo para apostar que a Beth ia acabar com o outro rapaz do cinema e que o Lincoln,  depois de perceber que tinha boas qualidades de físico e de personalidade, iria passar a gostar mais de si mesmo e lutar por uma vida melhor (talvez arranjar um trabalho mais à altura, talvez convidar a rapariga do ginásio para sair, whatever). Acaba por ser uma coisa muito cor-de-rosa e ainda mais irrealista do que o resto da história. Mas, assim sendo, desejo uma longa vida feliz aos dois, com muitas sessões de cinema com beijinhos pelo meio. Só espero é que se mantenham afastados do teatro. Acho que todos nos lembramos do que aconteceu da ultima vez que um Lincoln foi ao teatro.

picture polls

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *