Leituras #4 – 11/22/53 – Stephen King

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[Esta review NÃO contém spoilers]

Coincidentemente, nos meses de Julho e Agosto li dois livros ao mesmo tempo com a temática de viagens no tempo: 11/22/53 do Stephen King e o primeiro da série ‘Outlander’, da Diana Gabaldon. Gostei imenso do primeiro, não tanto do segundo. Na verdade detestei o ‘Outlander’. Porquê? Isso levará um tempo para justificar. Fiquem atentos aos próximos episódios.

Falemos do 11/22/53. Para aqueles que se estão a perguntar qual é o 22º mês do ano, a data está escrita no típico formato americano mês/dia/ano (duh). E para os que se estão a perguntar se isso é mais uma daquelas paneleirices dos States, como ignorar o sistema métrico standard, a resposta é sim. Consultar este gráfico para mais informações.

O dia 22 de Novembro de 1953 ficou marcado pelo assassinato do John F. Kennedy, JFK para os íntimos, o presidente americano da altura. E tendo eu já mencionado que o livro se baseia em viagens do tempo, não é preciso ser um génio para deduzir o plot do livro.

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Tenho de confessar que a sinopse deste livro é um bocado… estranha de explicar? Sem adiantar muito, um homem moribundo, nos seus últimos dias de vida, pede um último desejo ao seu único amigo: que use um portal do tempo que existe no seu restaurante para voltar a 1958 e salve o presidente JFK do ataque que o mataria uns anos mais tarde, para que a história americana se recomponha na futura. Crazy, right? É como se um amigo às portas da morte nos viesse pedir para voltarmos atrás no tempo, salvarmos Salazar da cadeira maligna e impedirmos que Portugal se transforme na bandalheira democrática que se tornou. E sim, digam-me que esta comparação não faz sentido, comparar um ditador com um homem votado várias vezes como o melhor presidente americano de sempre. Mas, hey, o JFK só esteve 2 anos no poder e conseguiu quase desencadear uma guerra nuclear com a URSS e começar a fazer a porcaria no Vietname. O que é que não faria em 30 e tal anos?

Com uma premissa destas, não sei de que mais razões precisam para pegar no livro. Não entrem a pensar que, por ser Stephen King, terá alguma espécie de terror ou actividade sobrenatural, porque não o vão encontrar. Mas prometo uma história viciante, bem escrita e bem desenvolvida. A evolução do protagonista, Jake, é feita de forma excelente, na minha opinião. Do cepticismo inicial, ao processo de validação da história das viagens no tempo até às suas acções finais, tudo se encaixa.
Da minha parte, este livro já subiu para o topo dos meus preferidos de Stephen King, e está mais do que recomendado!

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E já agora, estou a pensar escrever em breve um rank dos livros que já li do autor, do pior para o melhor. Esta lista será permanentemente actualizada à medida que for lendo todos os volumes dele (sim, todos os 9847291 livros) e a ideia será expandida futuramente para outros autores. Caramba, olhem para mim, a criar formatos e cenas. Estou a ficar uma profissional nisto.

“Mas Mariana! Não pude deixar de reparar que só deste 4 estrelas ao livro de que tão bem falaste!”

Primeiramente, 4 estrelas é uma pontuação excelente! Tomara outros livros sobre viagens no tempo terem sequer metade desse valor (*cof cof* ‘Outlander’ *cof cof*). Segundo, é verdade, caro leitor atento! Acontece apenas que me pareceu que certas partes laterais da história (ie, não directamente ligadas com o caso JFK) não precisavam de ser tão extensas como foram. Gostei de praticamente todos os extras da história, só acho que não era preciso levá-los tão longe. Sem querer revelar demasiado, há uma situação em que uma das personagens é ferida com gravidade e são gastos múltiplos capítulos com o protagonista a lidar com o assunto (como é esperado dele, diga-se). É verdade que é um acontecimento que condiciona parte da restante história – o final incluído, mas… sei lá, eu quero ler sobre o Lee Harvey Oswald a maltratar a mulher e a crucificar capitalistas, não quero ler sobre maridos sádicos loucos. Ou quero? Hum…

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