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Alegremo-nos um pouco pois apesar do festival de restrições e depressões que marcaram o ano que finalmente acabou sempre pudemos contar com livros maravilhosos para nos atenuar as dores. Ou pelo menos eu pude, e espero sinceramente poder falar pela maioria de vós.
Há uns dias partilhei por aqui 6 livros que me surpreenderam pela positiva e que por isso vos recomendo que leiam e conheçam. E como se não fosse suficiente, hoje trago-vos os oito títulos que mais se destacaram no meu ano de leituras, todos bem diferentes entre si mas unânimes no que toca à qualidade: tudo livros 5 estrelas (ou quase lá)!
- Crime e Castigo (Fiódor Dostoiévski) – O último livro que li em 2021 e também um dos mais improváveis de figurar nesta lista. Peguei nele plenamente convencida de que iria ser em boa parte aborrecido e que provavelmente teria de intercalar a leitura com outros temas mais leves. Mas tal não foi necessário; logo nos primeiros capítulos fiquei agarrada às intrínsecas teias mentais do protagonista Raskólnikov que, após cometer um crime, tem a realização de que não consegue lidar com as consequências tão bem como tinha idealizado. Um peso pesado da literatura e que a mim provou toda a sua valência. Objectivos para 2022? Mais Dostoiévski, por favor.
- O Império Final (Brandon Sanderson) – É difícil precisar desde quando é que oiço maravilhas sobre esta série de fantasia, provavelmente desde que saiu. Em 2021 comprei, finalmente, a colecção inteira e durante umas semanas deixei-me andar imersa no mundo da Vin, do Elend e dos alomantes de Luthadel. É verdade que se arrasta um bocado nos livros intermédios mas continua a incorporar um dos melhores sistemas de magia que já li, as personagens mais humanas que conheci e um dos poucos finais que me deixou surpresa e a lacrimejar. Admirável em muitos aspectos e uma nova série favorita.
- What Lies Between Us (John Marrs) – Este autor dispensa apresentações, o ano passado andou pelas bocas de muitos influenciadores literários e teve até direito a uma adaptação a série de TV com a obra “Almas Gémeas“. Mas não é sobre esse que vos venho falar hoje, até porque ainda não o li. “What Lies Between Us” foi um dos primeiros livros lidos do ano e mesmo assim soube que iria aparecer nesta lista, por ser dos thrillers mais intrigantes, viciantes e até repugnantes que li ultimamente. E não repugnante em termos de descrições baratas e grosseiras mas sim no que toca à perversidade e à perfídia que a personalidade humana consegue alcançar. Muito bom.
- IT (Stephen King) – Uma das histórias mais famosas do mestre do terror e um dos calhamaços que eu já queria ler há muitos anos. O enredo não foi surpresa porque já estava familirizada com a série de televisão que saiu nos anos 90, desde a premissa até aos desenvolvimentos finais. E mesmo assim, mesmo conhecendo de antemão todos os acontecimentos relevantes da história, este livro conseguiu arrebatar-me. Compreendo que muitos pormenores poderão parecer excessivos e mesmo desnecessários para alguns leitores; quanto a mim, são esses mesmos desenvolvimentos extremistas de personagens e de cenários que me fazem querer voltar frequentemente ao autor.
- The Godfather (Mario Puzo) – Acreditem ou não foi preciso chegar aos 27 anos para finalmente ver o filme “O Padrinho”, considerado um dos melhores filmes de sempre pelo IMDb. Por norma, depois de ver um filme perco o interesse em ler o livro, mas esta história da máfia italiana na América prendeu-me tanto que me apeteceu logo voltar a vivê-la do início. A adaptação é muito completa (e também muito longa!) mas o livro tem sempre aqueles pormenores adicionais que me deliciam e que fazem de mim uma geek literária e não uma geek da sétima arte. Não fiquei muito interessada nas sequelas por isso, no que toca a este enredo, acho que fico por aqui, e fico bem.
- The Good Samaritan (John Marrs) – Um autor duplicado, que falta de criatividade. Mas é verdade, de tanto thriller que li no passado estes dois do John Marrs foram os poucos que de facto atenderam às expectativas e que contaram uma história original, assustadora e não demasiado irrealista. “The Good Samaritan” também leva o prémio de personagem mais avariada da cabeça, ora vejam: Laura trabalha num centro de prevenção de suicídio, recebendo chamadas de pessoas desesperadas que nao vêem outras soluções, mas, em vez de trabalhar para ajudar as pessoas, Laura incentiva-as a morrer. Um coração de ouro, não é? É empolgante e lê-se de um fôlego.
- O Canto de Aquiles (Madeline Miller) – Esta espécie de romance histórico que reconta o mito de Aquiles como um apaixonado pelo seu melhor amigo Pátroclo sempre me deixou com a pulga atrás da orelha e felizmente correspondeu às altas expectativas. Para quem não é conhecedor da história do jovem herói grego aprende muito com esta narrativa que acompanha os grandes eventos da sua vida, desde criança até ao suspiro final. O romance entre os dois rapazes é muito orgânico e muito enternecedor, só desejava que livro tivesse mais umas duzentas páginas. Podem ler a minha opinião aqui.
- O Retrato de Dorian Gray (Oscar Wilde) – A única releitura desta lista e um daqueles agradáveis fenómenos em que a segunda leitura é ainda melhor que a primeira. O ponto mais alto deste clássico de Oscar Wilde, para mim, continua a ser Lord Henry, o cínico, machista, elitista e inesquecível personagem que conhece Dorian Gray no primeiro capítulo e muda a vida deste para sempre. Os diálogos pareceram-me ainda mais ricos e modernos do que eu me recordava e a narrativa também me pareceu mais ritmada e fluída. Sempre considerei “O Retrato de Dorian Gray” uma obra competente mas hoje posso elencá-la também como um dos meus clássicos preferidos.
Não sei se fiz bem em despachar os livros bons primeiro, agora vou ter de terminar esta série de listas numa nota negativa… é o que dá não planear as coisas decentemente. Mas também o que têm sido os últimos meses para além de uma sucessão de más notícias e desilusões? Vendo assim, nem destoa tanto. Siga.
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[…] proposto. Para além disso, fiz grandes leituras, qualitativamente falando, como poderão ter lido aqui e aqui. Mas nada é perfeito (talvez só a Pizza Hut) e também é importante falar das coisas […]