Sim, luzes natalícias e Ferrero Rocher são fantásticos e tudo mais, mas há uma coisa que eu consigo gostar mais nesta época do ano: as compilações dos preferidos e preteridos do ano. Hum, talvez não seja melhor que Ferrero Rocher… mas é quase tão bom!
O ano que passou foi daqueles em que li menos, se quisermos olhar para o panorama da última década. Acontece que 2019 me trouxe um dos maiores abanões da minha vida mas, para compensar, me presenteou com uma grande alegria que espero que dure para a vida toda. Ambos contribuíram para que a contagem de livros lidos decaísse para o belo número de 33 (que mesmo assim é bastante, atenção) e hoje venho destacar os sete que se demarcaram pela positiva.
Um dos primeiros livros que li este ano e um dos poucos que pensei imediatamente logo após pousar “Quando é que posso reler?”. Se acham que o filme “Do Cabaré para o Convento” é o melhor entretenimento que se pode fazer com os reclusos da religião, este thriller monástico é capaz de vos fazer mudar de ideias. Desculpa, Whoopi Goldberg.
Misery foi a leitura de eleição durante a minha viagem à Disneyland em Março – combinação mais incongruente que esta só me ocorre a participação do Luís Felipe Vieira no “O Preço Certo” na semana passada. Independentemente disso, foi uma leitura bem envolvente e palpitante; só não posso dizer surpreendente porque já tinha visto o filme há uns dois anos atrás. E será que incorro em crime se assumir que gostei mais do filme do que do livro? Well, é a verdade.
Até há uns anos atrás, o meu avô era um daqueles acérrimos religiosos que chegava ao ponto de se chatear por estarmos a estudar José Saramago na escola. Por essa mesma razão, não pude esconder o espanto quando encontrei este livro na estante dele. Nem sequer lhe cheguei a mencionar o assunto, não fosse eu desencadear alguma reacção esquisita, mas “roubei” o livro e trouxe-o para casa. Oito anos depois, com uma segunda leitura, posso afirmar que continua a ser o meu livro preferido do Saramago. Mas, mais importante do que isso, posso dizer que oito anos depois o meu avô ganhou algum juízo e hoje até já me deixa usar vestidos acima do tornozelo. Estou a brincar, obviamente. Eu nem uso vestidos.
Prometo que é o último livro do Stephen King da lista (mas não prometo que seja o último das minhas listas de 2019…). É certo que as histórias sobrenaturais deste senhor nem sempre acertam no alvo (algumas conseguem ser mesmo estapafúrdias, right, “Dreamcatcher”?) mas, para mim, “Doctor Sleep” não descalabra para a categoria da “má fantasia“, pelo contrário. Foi uma leitura empolgante e envolvente, bem mais prazerosa do que a da prequela. Apesar disso, recomendo que leiam “The Shining” antes de partir para este. Ah, e não se deixem enganar pelo gatinho da capa, o bicho mal aparece na história. É esta mania dos gatos de se acharem mais importantes do que o que são.
O terceiro livro que li este ano e o único sobre a temática do Holocausto. Tempos houve em que pelo menos todos os meses devorara um livro sobre a temática da 2ª Guerra Mundial, mas isso ainda era no tempo em que História encimava as minhas escolhas preferidas de cursos universitários. Agora posso ser uma engenheira frustrada mas ainda não perdi a capacidade de discernir bons livros sobre a temática. Este livro, narrado pela própria Morte, tem tanto de desolação como de esperança, um equilíbrio perfeito que nos deixa em ânsias até à última página. Praticamente perfeito.
2019 foi bastante parco no que toca a leitura de
clássicos, o que torna o meu
Bingo dos Clássicos do início do ano um autêntico
flop. Não fosse isso mau o suficiente, ainda tive a
infelicidade de que os poucos que li tenham sido bastante
abaixo das minhas
expectativas (aguardem pela minha lista das
desilusões do ano e poderão conhecer alguns). O único que até se safou foi “O Conde de Monte Cristo”, um grande
calhamaço que conseguiu entreter-me durante um bom par de meses. Está longe de ser
perfeito – acho que se lhe poderia cortar umas
200 páginas do meio e manter o
conteúdo praticamente inalterável – mas sei que a
história ficará comigo para o resto da
vida, e isso é sempre de louvar. Curiosamente, dois meses depois de ter lido isto, ainda
debato internamente se gosto ou não do
Edmond Dantés… provavelmente nunca vou chegar a uma conclusão.
Uma releitura, obviamente, pois quem já anda aqui há tempo suficiente saberá já que Lisbeth Salander é uma das minhas personagens literárias preferidas desde que cruzámos caminhos – já lá vão agora mais de 10 anos. Não vou agora proclamar isto como um thriller expectante e incrível, mas foi-o com certeza quando saiu. E para além de ser precussor de uma série que pessoalmente adoro, está com certeza entre os títulos que abriram o trilho para a avalanche de policiais nórdicos que vemos hoje publicados em Portugal. Sei que não estou sozinha nesta minha opinião, por isso acho que também não há muito mais que possa dizer. Leiam, se ainda não tiverem lido.
Menções Honrosas
E assim termino a lista das
melhores leituras de 2019. Não posso dizer que tenha sido um dos meus melhores anos, mas factores externos abalaram um bocado as minhas rotinas e a minha forma de encarar a vida. Acho que, pondo tudo em
perspectiva, consegui dar a volta por cima e acabar o ano melhor do que comecei, apesar dos interregnos
depressivos.
Props para mim.
Mas calma… antes de dizermos adeus a 2019, há que falar dos sete livros que me desiludiram, seja por serem mesmo maus ou por serem simplesmente diferentes do que eu estava à espera. Me aguardem.
Os Homens que Odeiam as Mulheres *-* como adoro esta saga!
Tenho imensa curiosidade em relação aos livros O Nome da Rosa e A Rapariga que Roubava Livros
Como não adorar? :3
"O Nome da Rosa" ficou um favorito da minha vida, mas acredito que muitas pessoas o achem meio enfadonho e massudo. Não deixo de recomendar, no entanto 😀
"A Rapariga que roubava livros" lê-se muito bem e é maravilhoso <3
Beijinhos 🙂