É provável que por esta altura já estejam fartos de ouvir falar sobre isto, mas os meus traços narcísicos impelem-me a contribuir para a Internet com mais uma opinião da série literária “The Witcher” que “explodiu” depois da aclamada adaptação da Netflix protagonizada pelo gajo que tem feito de Super-Homem.
É curioso pensar que, apesar de Harry Potter ser A série da minha vida, eu não me interesso muito pelo género da fantasia. Se nunca tivesse visto os filmes de “O Senhor dos Anéis“, dificilmente teria tido coragem (ou vontade?) para iniciar a leitura, e o mesmo posso dizer de “A Guerra dos Tronos” – apesar de ter desistido da série na terceira temporada.
São vários os livros que tenho em casa para ler – Robin Hobb, Terry Pratchet, C.S. Lewis, Philip Pullman – mas é-me sempre muito difícil entrar em novos universos. Já estava quase convencida de que era momento de desistir do género e começar a vender os livros. Até que um dia, no meu grupo de almoço, começou a ser habitual falar-se sobre o último jogo da trilogia “The Witcher” cuja história, curiosamente, começou a despertar a minha atenção. E então quando descobri que havia uma série literária na origem de tudo, decidi lançar-me à aventura.

Poderiam pensar que a série pouco mais é do que isso – um bruxo que mata monstros de modo sensacional e depois vai gastar uns trocos com os amigos e a(s) namorada(s). De facto, nos dois primeiros livros da série, somos apresentados a pouco mais do que isso. Mas é em “O Sangue dos Elfos” que ficamos a conhecer melhor Ciri, a protegida de Geralt, e aí que é posto em movimento o maior plano de acção da série – quem é, afinal, Ciri? O que é que ela representa? Que poder tão grande é esse de que falam as profecias, que tanto lhe dá autoridade para salvar ou destruir o mundo?
A história não é confusa (pelo menos durante a maior parte do tempo) e, para quem é como eu e tem um resquício de medo de se iniciar com séries de fantasia com receio de se perder com facilidade, não temam! O sistema de magia é bastante básico e vai sendo revelado com muita parcimónia; não há nenhum momento dos livros em que sejamos assoberbados de informação sobre seres mágicos e o alcance dos seus poderes.
O que poderá ser mais complicado de acompanhar – pelo menos para mim foi – é a geografia e os conflitos políticos entre as nações. Ao contrário de, por exemplo, “Game of Thrones”, não existe um mapa oficial do mundo de “The Witcher” e por isso não é muito fácil contextualizar-nos nesse aspecto. Mas querem que vos seja sincera? É quase irrelevante. As personagens e a trama principal são cativantes o suficiente e não são prejudicados por não termos mais ou menos conhecimento sobre por onde é que andam os protagonistas a passear. Claro que é sempre uma mais valia, mas não considero uma falha que prejudique a leitura. Há um Norte e um Sul, a história passa-se maioritariamente no Norte e o Sul quer entrar em guerra para ser o dono de tudo. A quantidade de nomes e líderes políticos também pode parecer assustadora até certo ponto, mas nada que também não se digira (ou simplesmente se ignore).
Conclusão
Não sei que mais devo dizer para vos recomendar a começar a série – aos poucos que ainda não o fizeram. Se fantasia não é, de todo, a vossa cena então, por amor de Deus, obviamente que não se metam nisto. Para o resto dos indivíduos, insisto para que pelo menos dêem uma oportunidade ao Geralt e companhia. Comecem pelo primeiro livro, “O Terceiro Desejo”, sem desconfianças, e deixem-se envolver. Não é maravilhoso quando descobrimos uma nova série para maratonar?
Para além disso, e se for o vosso tipo de entretenimento, não posso deixar de sugerir o jogo “The Witcher 3 – Wild Hunt“, provavelmente o melhor jogo que joguei nos últimos anos. Não, não é tão bom como “The Sims 2”, mas não está muito longe, e esse é o melhor elogio que lhe posso fazer. Tenham só cuidado com as alturas em que jogam, é que quando se junta bruxos e feiticeiras, a coisa tem tendência para descambar e para acabar tudo nu em poucos segundos…
Por último, para quem estiver interessado, deixo então a lista dos livros ordenada por ordem de acontecimentos (e não por data de publicação):
- O Terceiro Desejo
- A Espada do Destino
- Tempo de Tempestade (ainda não publicado em Portugal)
- O Sangue dos Elfos
- O Tempo do Desprezo
- Baptismo de Fogo
- A Torre da Andorinha
- A Senhora do Lago (ainda não publicado em Portugal)
Obrigada pelos detalhes e toda a explicação… Fiquei com vontade de o começar a ler
Obrigada eu por leres 😀 Força nisso!