Piores Leituras de 2021

Vamos deixar 2021 para trás de uma vez por todas com a última publicação relativa ao ano póstumo: os livros que menos gostei de ler. No post anterior falei-vos sobre as minhas desilusões literárias, aqueles títulos que efectivamente não me deslumbraram mas que ainda assim me trouxeram alguns sentimentos positivos apesar das expectativas defraudadas.

Quando falo das piores leituras, falo daquelas que mais do que defraudar expectativas acabaram por ser inócuas, sem conteúdo que se aproveitasse ou que me deixassem a pensar “apesar de tudo, fico contente por ter lido isto”. São livros que não me disseram praticamente nada e que me ocuparam tempo que poderia estar a investir em actividades mais produtivas. Como sempre, há que deixar a ressalva: eu não sou crítica literária nem nada que se pareça, sou apenas um ser banal que habita esta Terra e que por acaso lê uns livros de vez em quando. Se algum dos nomes da lista não vos tiver desagradado como a mim, isso é óptimo, só temos de rejubilar com a diversidade e a pluridade de opiniões que constituem o meio. Não nos chateemos por algo que são apenas ditames da subjectividade.


  • A Mão que Mata (Lourenço Seruya) – Já discorri sobre esta obra aqui no blog, se quiserem podem ler ou reler aqui. Ainda hoje só de pensar nele fico angustiada porque o comprei novinho em folha para levar comigo de férias e foi uma leitura tão enervante que me deixou de mau humor durante uma tarde inteira. Esperava uma história original e uma estreia em grande deste autor português e o que obtive foi um enredo do mais mastigado que existe e com personagens muito parcamente desenvolvidas. Sei que novos títulos vêm a caminho e desejo do fundo do coração que sejam melhorzinhos do que este.

  • Behind Closed Doors (B. A. Paris) – Acho que este é até hoje o único livro que me lembro de ter lido quase totalmente na diagonal (e isto porque ainda não sou capaz de abandonar leituras). Se “A Mão que Mata” tem um enredo mastigado então este thriller tem um enredo mastigado, regurgitado e novamente mastigado. Já não há paciência para estes thrillers domésticos onde de início tudo parece perfeito mas do dia para a noite se descobre que afinal o nosso cônjuge é um psicopata ou um maníaco. Com quem é que estes americanos se casam, afinal? Skip.

  • I See You (Clare Mackintosh) – Esta é uma autora de que ja oiço falar há muito tempo e nem sempre favoravelmente. Quando este livro me surgiu no Kindle a dois dólares não hesitei e decidi finalmente estrear-me com Clare Mackintosh. Como podem ter já adivinhado, não foi brilhante. A premissa até era mais ou menos irreverente mas a narrativa foi esmorecendo a cada capítulo tornando-se num thriller tão banal que metade da história já se me varreu da memória. Não é um adeus definitivo à autora mas infelizmente não tivemos um início auspicioso.


  • Through the Wall (Caroline Corcoran) – Mais um thriller (vêem algum padrão?) que me cativou pela premissa mas que me foi perdendo com o desenrolar dos acontecimentos. E este foi particularmente enfurecedor porque uma das protagonistas tinha de facto algum carácter e interesse como personagem mas infelizmente tinhamos de ir intercalando com a outra protagonista patética e cartoonesca, e tudo isto a descambar para um final parco em surpresas e muito decepcionante. Fraquinho, fraquinho.

  • The Wife Upstairs (Rachel Hawkins) – E mais um thriller nesta lista, valha-me Deus. Por alguma razão a autora considerou que era uma ideia genial recontar a história de Jane Eyre, o clássico de Charlotte Bronte, mas em género de livro de mistério. Provavelmente esqueceu-se que uma das características de um livro desse género é deixar o leitor em suspenso e em dúvida sobre o que irá acontecer no final, quais são as motivações dos personagens e para onde essas os levarão – essa tarefa fica um pouco difícil quando boa parte da comunidade leitora está familiarizada com o original. É verdade que Rachel Hawkins tomou algumas liberdades criativas e não seguiu Jane Eyre à risca mas o essencial está lá e este acaba por ser um livro sem sal e, atrevo-me a dizer até, desnecessário.

  • Stalking Jack the Ripper (Kerri Maniscalco) – Uma das primeiras leituras do ano e – pasmem – o único livro não thriller desta lista! A bem dizer há quem o tenha classificado desse modo mas o mistério da história é tão fraco e mal disfarçado que não me parece nada correcto inseri-lo nesse género. Se tivesse lido este livro na adolescência estou certa de que iria adorá-lo mas, com 26 anos, foi só um YA infantil e imemorável com personagens relativamente carismáticos mas que não chegam para suportar o resto da narrativa. Podem ler uma opinião mais detalhada aqui.

Credo, que ano mau que 2021 foi para os thrillers. Desde que me ofeceram um Kindle que me é muito mais fácil e barato aceder a eles e é por essa razão que passaram a ser leitura assídua na minha vida, no entanto, são também o género menos original que vou lendo e que por isso também facilmente me decepciona.

Com isto não quero dizer que me vou refriar nos thrillers em 2022, vou continuar a ler o que bem me apetece e nas categorias que me aprouver. Más experiências servem também para me ajudar a refinar os gostos e estar mais atenta às sinopses e às opiniões do público, positivas e negativas. Há sempre coisas boas a tirar das más.

Dizemos finalmente ADEUS ao ano da pandemia e entramos de coração aberto num 2022 que em muito promete ser melhor do que o seu antecessor. Vamos acreditar e manter a esperança acesa!

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