“All The Missing Girls” – perfeito para ler em e-book (e gastar pouco dinheiro)

Não sou muito de acompanhar criadores estrangeiros mas sou assídua espectadora do “BooksWithEmilyFox“, um canal no Youtube criado pela canadiana Emily Fox, uma jovem que lê muitos livros dentro dos géneros de fantasia, ficção científica e thriller. Nem sempre concordo com as opiniões dela no que toca a fantasia (e ficção científica eu não leio), mas nos thrillers costumamos estar em sintonia e por isso costumo guardar as recomendações. Megan Miranda é uma autora americana sobre a qual já ouvi a Emily falar razoavelmente bem, não por escrever livros incríveis mas simplesmente por ser competente a escrever bom entretenimento para algumas horas de ócio. A Freida McFadden antes da Freida McFadden se ter tornado no fenómeno mundial que vemos hoje (uma comparação talvez demasiado lisonjeira).

“All The Missing Girls” foi publicado em 2016 e é um dos dois únicos livros traduzidos em Portugal com o nome “As Desaparecidas” (o outro é “Uma Perfeita Estranha“). Como o título tão abertamente nos sugere, o livro narra a história de duas raparigas que desaparecem de uma pequena cidade na Carolina do Norte: a primeira, Corinne, era a melhor amiga da protagonista Nicolette ‘Nikki‘, desaparecida sem rasto há 15 anos; a segunda, Anabelle, é vizinha e namorada do ex de Nicolette, e desaparece no tempo presente. Assim que completou dezoito anos, Nikki mudou de estado a virou as costas à sua cidade natal mas, volvidos 15 anos, o seu pai sofre de demência e o irmão implora por ajuda para lidar com o drama familiar. Relutante, Nikki regressa, e quando Anabelle some de cena agita-se novamente o véu sobre o mistério do caso de Corinne que nunca ficou solucionado.

A melhor analogia que tenho para este livro é compará-lo a um episódio decente de CSI – entretém-nos bem durante 45 minutos, com alguma surpresas regradas pelo caminho e um clímax moderadamente vertiginoso nos últimos momentos. Ficamos a reflectir sobre o que descobrimos durante um pouco e de seguida voltamos às nossas vidas já quase sem memória do que acabámos de ver, mas sem mágoa em relação a isso. Troquem os “45 minutos” por “10 horas” e têm a experiência que foi para mim ler este livro.

O livro é viciante, decerto, mas também inexplicavelmente curto, tanto que chegamos ao final e nos apercebemos que grande parte das personagens não teve um mínimo de desenvolvimento ou sequer utilidade para a narrativa. Há diversos nomes mas pouca coisa os distingue uns dos outros. Sinceramente, não sinto que valha a pena pagar o preço de um livro físico para ler esta obra; por mais empolgante que tenha sido a leitura, a concretização ficou muito aquém. Peçam emprestado, comprem em segunda mão ou, como eu, comprem a versão e-book – divertir-se-ão na mesma e no fim não chorarão o dinheiro perdido num livro tão pouco memorável e relevante. É essa a minha sugestão e também a minha intenção em relação a outros livros da autora que considere ler no futuro.

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