As Melhores Leituras de 2024

Estive a rever o meu ano em leituras para fazer esta lista e fiquei estupefacta; foi bastante pior do que estava a imaginar. Não porque tenha lido muitos livros menos bons (também os houve) mas porque quase não li livros espectaculares. Nem um Top 10 consigo fazer. Aliás, o Top 5 que vos trago até livros de quatro estrelas tem. Foi um ano mediano. Quer dizer, a nível pessoal foi um ano espectacular (new baby in the house ❤), o plano das leituras é que não esteve ao mesmo nível. De qualquer modo, são poucas mas boas as recomendações que vos deixo este ano.

Tenho pena de ainda não vos conseguir deixar as opiniões completas de cada um, estou a trabalhar nisso. Continuem a acompanhar por aqui as publicações que elas vão aparecer, devagarinho mas vão.

5 – The Secret History – Donna Tartt

Na verdade, se eu fosse fazer uma lista de desilusões do ano este estaria lá. Parece contraditório, mas a verdade é que estava convencida de que este seria uma indubitável leitura de cinco estrelas. Ficou pelas quatro, o que continua a ser de excelência. Só esperava que naquele que é considerado o melhor livro de dark academia houvesse tanto dark como academia; houve muito do primeiro, mas muito pouco do segundo. O thriller, o mistério, o degredo físico e emocional das personagens é suficiente para elevar a qualidade da obra, mas pessoalmente gostava de ter visto mais discussões entre alunos e professor sobre os estudos clássicos que andavam a analisar.

4 – Os Crimes do Verão de 1985 – Miguel D’Alte

Li alguns bons policiais no ano passado, algo que quero continuar a fazer, mas este foi o único a que dei nota máxima. O Miguel na verdade estreou-se com um género de romance mais literário e amargurado que actualmente não me chama a atenção. Também não preciso de ir ler os outros títulos porque neste policial fica bem patente a sua qualidade de escrita e também o tom melancólico e moribundo que parece caracterizar os seus protagonistas. O mistério não é excepcional, quem gosta muito do género poderá, como eu, ter logo desconfiado do possível culpado, mas há mais surpresas do que poderíamos esperar. Um thriller que leva o seu tempo a desenvolver mas que entrega tudo no final.

3 – Nas minhas mãos, a morte – Anabela Lopes

Se não fosse pela Dora Santos Marques, não teria nunca ouvido falar deste livro, nem da Anabela. O que é pena, porque foi o melhor thriller que li este ano e porque é dos mais originais que já li na vida. É muito diferente do título anterior, aqui não temos polícia envolvida nem propriamente um crime principal. É mais um estudo de um personagem que descobre ter poderes especiais para actuar sobre a vida dos outros, e o que decide fazer com essa realização. Mas é muito mais do que isso. A páginas tantas podemos ficar perdidos com o rumo da história, afinal para onde é que isto tudo caminha? É preciso paciência, o final compensa tudo o que de resto possa parecer menos perfeito.

2 – Vida Lixo Zero – Ana Milhazes

Há coisa de um ano, talvez um pouco antes, comecei a olhar para o Planeta à minha volta de uma maneira diferente. Para a quantidade de plástico, resíduos, embalagens, coisas, lixo que criamos a partir de tão pouco. Para a água, luz, gás que consumimos desenfreadamente. E comecei a implementar algumas pequenas mudanças aqui e ali. Para me ajudar a cimentar o processo e a saber como ir mais longe, comecei a seguir a Ana Milhazes no seu blog e adquiri o seu livro. Não é um livro só de “pequenas mudanças”, a Ana tem todo um mindset e lifestyle dedicado ao desperdício zero, com acções ainda bem radicais para mim, mas quem sabe se não caminho também para lá? Serei eu capaz de atingir também o patamar de alguém que gera apenas um frasco de resíduos não orgânicos e não recicláveis por ano?

1 – E Tudo o Vento Levou – Margaret Mitchell

Honestamente, ao pé de um portento destes, qualquer outro livro desta lista se passa a assemelhar a um mero pasquim de mesa de consultório, com todo o respeito. Depois de terminar a leitura deste calhamaço, fiquei dias sem conseguir pegar em mais nada. Por um lado, queria chorar e fazer o luto de personagens com quem passei tantos dias a conviver. Por outro, sabia que qualquer outra leitura me iria soar tremendamente imatura depois de ler tão aclamado clássico americano. Este sim, um clássico de valor e mérito de gabarito. Um romance histórico mas de ficção como eu nunca tinha lido, uma protagonista execrável mas a quem nos agarramos até à última página na esperança de alguma espécie de redenção, uma relação com tantas curvas e contracurvas que ficamos com medo de ler o próximo capítulo. Não sou pessoa de chorar com livros, mas aqui chorei e sem vergonha. De certa forma tenho pena que seja um livro enorme, dificulta uma releitura, e é uma história a que eu sei que gostaria de voltar vezes e vezes sem conta!

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